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Lições em tempos de Pandemia: Terceira lição temperança

Lições em tempos de Pandemia:

Terceira lição: Temperança

O caminho do meio, a temperança seria este caminho, ou seja, a busca de um equilíbrio que evite os excessos, os extremos em todas as circunstâncias. Essa seria a atitude ideal neste momento, sermos moderados em nossas atitudes, em nossas palavras e pensamentos, pois dessa forma protegeria do sofrimento a si e ao seu meio.

Todos os excessos prejudicam o bem estar, pensemos na passividade extrema, ou a busca de facilidades em cada situação, são escolhas que não serão aliadas confiáveis no contexto de Pandemia, pois esta exige de todos nós mudanças de hábitos. Se você escolher o caminho mais fácil, por exemplo não irá usar o álcool gel em cada situação que se exige, e que são muitas neste momento, nem mesmo irá ter os cuidados de higiene ao chegar em casa. Sim, é trabalhoso limpar e/ou retirar calçados antes de entrar em casa, tomar banho antes de cair no sofá, ou observar com cuidado a higiene da sua máscara cada vez que entra em casa.

Buscar as facilidades neste momento é fugir da responsabilidade de agir de forma protetiva com você e com os outros. As autoridades não têm como controlar se a máscara que você usa está sendo higienizada de forma adequada, nem mesmo se você a usa o tempo todo, por exemplo quando entra num estabelecimento comercial. Muitos, de forma indolente e irresponsável, colocam a máscara abaixo do nariz, buscam a facilidade de respirar e, criam uma situação inadequada para todos neste momento.

O outro extremo é agitação que gera a impaciência, a inconstância e novamente leva a atitudes prejudiciais. Muitas pessoas se dizem ativas, quando suas atitudes revelam mais agitação. A diferença entre ser ativo e ser agitado é imensa, e não podemos confundir. A pessoa ativa age com precisão, vai direto ao essencial, se estamos em uma Pandemia e as únicas formas de proteção é o isolamento social e os cuidados de higiene, e uso de máscara é isso que será feito, não irá se perder em questionamentos absurdos de onde vem o vírus, o que é exagero, ou se tal autoridade não usa a máscara porque eu teria que usar. A pessoa ativa apenas se conscientiza do que precisa ser realizado, para passar por essa situação da melhor forma e age de acordo.

A pessoa agitada por sua precipitação se perde em detalhes, por exemplo, lê um “fake news” que diz que o vírus morre em altas temperaturas e aceita como verdade, passa a divulgar isso, e agir acreditando que tomando banho de sol irá matar o vírus. O benefício que terá é a produção de vitamina D, o que é um ganho, mas está longe de dados científicos de eliminar o vírus. As atitudes de pessoas agitadas tendem a ser agressivas e repletas e julgamentos, pois sua mente está agitada por um turbilhão de emoções.

Quando o ser humano sente raiva, seu cérebro, especificamente a amígdala cerebral é ativada, passando a produzir noradrenalina, neuro-hormônio que nos coloca em estado de alerta: luta ou fuga, dessa forma o cérebro emocional é dominado pela necessidade de sobrevivência e não conseguimos mais racionar, refletir com coerência e tranquilidade. Por isso diferentes religiões e filosofias dizem que tudo que agita faz mal, pois diante da agitação não é possível ter as atitudes mais sensatas.

Para que se tenha atitudes equilibradas é necessário acalmar a mente, dessa maneira será possível definir prioridades, fazer escolhas pelas prioridades evita desperdício de tempo, de recursos e diminui os conflitos internos e sociais. Neste momento vemos a sociedade em conflito, porque tem dificuldades em definir qual é a prioridade, na agitação que leva ao desespero alguns pensam que a prioridade é salvar a economia, pois não percebem com clareza o que significa Pandemia, neste contexto a prioridade é eliminar o inimigo que se chama Covid-19, depois a economia será prioridade. Pense e se fosse uma guerra, iriamos deixar o inimigo tomar conta do nosso território e do nosso povo para tentar salvar a economia? Seria a total incompetência e ruína do nosso país.

A temperança é a própria busca do caminho do meio, e precisa se fazer presente em todas as nossas manifestações, seja em atitudes, sejam em nossas palavras, no seu tom e conteúdo e, para alcançar esse lugar de equilíbrio precisamos buscar de forma persistente a a auto observação. Olhar para si, perceber as incoerências entre o que você deseja ser e o que tem sido em suas atitudes. Raramente iremos encontrar uma pessoa que deseje ser causadora de sofrimento, salvo os psicopatas que tem prazer com a dominação e sofrimento do outro, a maioria deseja um mundo melhor. Mas, será que as atitudes, as palavras têm sido realmente uma contribuição para esse mundo de paz para todos?

Sugiro um exercício simples, observe suas postagens em redes sociais, análise o conteúdo e a forma, observe se teve o cuidado de verificar com seriedade as informações e afirmações que fez, se agiu com raiva, se agiu com temperança, se baseou-se no que lhe interessa ou em bases confiáveis, se sua expressão auxilia a harmonia, se fortalece a todos nós nesta Pandemia, ou se acaba agitando os outros que irão ficar confusos sobre o que é prioridade neste momento.

Quando você serenar sua mente e buscar a temperança talvez tenha que se dar conta do quanto foi agitação para os outros, o quanto foi precipitado em seus julgamentos e expressões. Mas, tudo bem, perceba, tenha humildade e corrija sua rota e venha conosco, vamos juntos vencer o inimigo que está ceifando vidas, amores, famílias.



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