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Lições em Tempos de Pandemia: Décima segunda lição “Sabedoria”


Nesta jornada de doze lições espero ter contribuído para reflexões que lhe auxiliem a ser uma pessoas mais consciente de si, e da coletividade em que estamos inseridos, a percepção de que não há um eu e eles, somos todos da mesma espécie, e somos todos parte deste belo planeta chamado Terra. E, que está Pandemia veio para nós trazer a percepção desta interdependência, bem como se configura numa grande oportunidade de aprendizado e de ações generosas.

Alcançar essa forma de pensar com certeza indica que está sendo construindo a “Sabedoria”, sendo esta a síntese das lições anteriores, ou seja, dos princípios expostos em cada lição. Ser sábio é ser paciente, confiante, moderado, tolerante, desapegado, altruísta, íntegro, humilde, corajoso, pacífico e benevolente. Talvez você esteja pensando nossa é impossível. Na verdade, não. Faz parte processo de viver, todos os dias as suas escolhas lhe conduzem a uma condição de maior sabedoria ou não.

A sabedoria só pode ser alcançada com o conhecimento, mas este conhecimento não é apenas intelectual, pois este dependendo de como é usado pode limitar a própria evolução, bem como do meio em que vive. Pensando na Pandemia vemos pessoas com formação acadêmica, que se apegam a isso como se fossem autoridades máximas no assunto Covid-19 e acabam, por seus interesses particulares, usando seu lugar de formação para manipular as pessoas. Se o interesse é econômico, a pessoa usa seu conhecimento e lugar de autoridade profissional para tentar convencer as pessoas que o contexto não é grave, que todos temos que pegar para imunizar, ou seja, não interessa que isso pode levar a superlotação do sistema de saúde, só importa que a economia não pare. De nada adianta tanto conhecimento se este não está baseado em integridade, humildade e benevolência, retificando é preciso dizer que não adianta para o bem, mas com certeza para interesses de poder e destruição.

Sábio é aquele que desenvolve a capacidade de integrar o conhecimento nas experiências de vida de forma generosa e ética. O conhecimento se revela sábio na forma de comunicação e ação, está se caracteriza por ser construtiva para si e para o mundo. Se neste contexto de Pandemia vemos que o consumo vai declinar, que isso irá trazer dificuldades para grande parcela da população as ações sábias irão considerar esse dado para buscar soluções que beneficiam a maioria, e traga o menor dano possível aos menos favorecidos.

Uma frase conhecida deixa claro o quanto a ciência precisa estar associada a consciência: “A ciência sem consciência é a ruína da alma”. E, sim o domínio de conhecimentos de áreas das ciências necessariamente se traduz em atitudes éticas, e justamente por ter o conhecimento podem ser extremamente destrutivas. A bomba atômica foi construída por cientistas, engenheiros inteligentes e que dominavam o conhecimento científico, no entanto, careciam de humanidade, de sabedoria.

Os países no mundo buscaram oferecer uma renda básica a população para amenizar o sofrimento, bem como garantir a subsistência das pessoas. Aqui no Brasil não foi diferente, mas infelizmente aqui temos visto pessoas se achando “sabido”, “espertos” e, mesmo sendo de classe social média, ou alta estão pegando o auxílio de R$600,00. Essas pessoas tem acesso ao conhecimento de como obter, pois são pessoas que dominam a tecnologia, tem documentação como CPF, e habilidade com meios digitais, mas essas vantagens não as tornaram pessoas sábias, pois suas atitudes tiram das pessoas mais humildes a única possibilidade de terem acesso a um valor que as permitiria ter comida na mesa.

E, então onde está a humanidade da pessoa que tem coragem de pegar um auxílio que é destinado a pessoas mais vulneráveis? Essas pessoas não estão agindo de forma diferente daqueles corruptos. E, infelizmente estão longe de ser uma contribuição para uma sociedade de paz e de evolução para todos.

O sábio não age por impulso, pois suas ações serão corretas independentes do julgamento ou aprovação do outro. Retomando o exemplo sobre o benefício de R$600,00, a pessoa íntegra, logo sábia, não irá fazer nenhum movimento para pegar esse benefício, mesmo que seus amigos o chamem de tolo, mesmo que familiares digam que ele deveria pegar, pois é do governo. O sábio sabe que não é honesto, ele sabe que é responsável pela sua paz interior e pela sociedade que construímos.

Outro aspecto importante é com relação a diferença clara entre caridade e protecionismo, para isso Serge Toussaint (2008, p.66) cita Pitagóras: “Fazer as coisas no lugar de alguém não é ajudá-lo, a menos que ele seja realmente incapaz e que seja bom fazê-lo por ele”. Na situação da Pandemia muitas ações poderão ser necessárias pelo outro, pois este pode estar vulnerável, ou incapacidade devido a sua idade, ou ser do grupo de risco, ou ser economicamente desfavorecido. No entanto, é necessário respeitar e estimular a capacidade de cada de se tornar autônomo, pois dessa maneira a pessoa poderá fazer suas escolhas, e não apenas aceitar o que o outro determina que ele precisa.

Enfim, a sabedoria deveria ser a meta de cada um de nós e as imperfeições humanas deveria ser o estímulo diário para ser melhor. Afinal, que mundo pretende deixar para as futuras gerações? Quer que eles aprendam com os acertos nesta Pandemia e possam se proteger no futuro? Poderá dizer teve a humildade de entender que não tinha conhecimento e por isso respeitou as orientações cientificas e, isso lhe permitiu sobreviver a essa Pandemia? Ou terá que usar seus erros para dizer por favor respeite o conhecimento de cada área, eu segui orientações de políticos e coloquei a vida em risco porque acreditei que eles sabiam mais sobre o que é um vírus e uma Pandemia?

Ao final desta lição quero pontuar que não sou sábia, apenas busco humildemente todos os dias ser melhor, me desenvolver em conhecimentos científicos, mas sempre aliado aos princípios que devem nortear a vida humana. A inspiração, destas lições, veio de um pequeno, mas muito sábio livro de Serge Toussaint: O ideal ético dos Rosacruzes em doze lições. Essa obra me inspirou porque atuando como Psicóloga há 24 anos percebo que não há cura emocional sem recuperarmos os princípios em nossas vidas. A busca da coerência em nossos pensamentos, nas palavras proferidas e em nossas ações é o caminho para o autoconhecimento e, dessa forma a possibilidade de desenvolver a maestria das emoções.

Espero que estas lições sejam a expressão do meu desejo de poder falar algo que seja contribuição de amor, de generosidade e humanidade, do contrário seria melhor o meu silêncio, pois: “Se o que for dizer não for mais belo que o silêncio, será melhor que te cales.” Que as palavras escritas com a vibração do desejo de vencermos essa Pandemia com humanidade cumpra sua função em seu coração, e se você sentir que faz sentido compartilhe, discuta sobre os textos de cada lição com familiares e amigos. E, claro ficarei feliz se quiser compartilhar algo comigo sobre essa série de textos.



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