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Desvendando as Marcas Profundas do Trauma: Um Olhar Profissional e Sensível

No intricado tecido da experiência humana, o trauma é uma realidade complexa que, muitas vezes, deixa marcas profundas e desafiadoras. Quando falamos de trauma, entramos no território da resposta primal de luta/fuga ou congelamento, uma estratégia vital para a sobrevivência nos mamíferos. No entanto, essa resposta, enquanto eficaz em momentos de ameaça, não está isenta de um custo elevado.

Uma parte crucial do processo de lidar com o trauma é a descarga da energia armazenada devido à ameaça. A falta dessa descarga pode resultar em problemas e traumas persistentes. O elemento central reside na incapacidade de integrar a realidade de certas experiências, levando à repetição do trauma em imagens, comportamentos, sentimentos, estados fisiológicos e relacionamentos interpessoais.

É crítico examinar onde esse processo de "ficar preso" ou congelado ocorre e qual evento traumático serve como base para as elaborações psíquicas secundárias. Logo após um trauma, é comum enfrentar pensamentos intrusivos que ajudam na aprendizagem da experiência e na planificação de ações restaurativas (acomodação), assim como na aceitação gradual do que ocorreu e no reajuste de expectativas (assimilação).

Entretanto, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) surge quando o tempo não é capaz de curar todas as feridas. A lembrança do trauma permanece dissociada do passado pessoal, não se integrando nem se tornando parte de esquemas prévios.

No TEPT, o "replay" do trauma resulta em uma crescente sensibilização, enraizando-se profundamente nas redes cerebrais de informação. Essas mal-adaptações biológicas contribuem para os sintomas de TEPT, como hipervigilância, alterações na atenção e discriminação de estímulos.

Com a repetição de experiências traumáticas, esses mecanismos podem se tornar patológicos, afetando significativamente a vida da pessoa. Os sintomas traumáticos podem não estar diretamente ligados à imagem original, mas sim ao resíduo de energia congelado.

A longo prazo, esses sintomas tornam-se debilitantes, evidenciando a necessidade urgente de abordagens sensíveis e especializadas. Conforme Ribeiro (2008) ressalta, o trauma deixa marcas mnemônicas que se tornam como cicatrizes, e quando revivido intensamente, ocorre uma retraumatização. O afeto, nesse contexto, fica aprisionado dentro dessas marcas promovidas pela situação traumática.

Quando falamos do impacto do trauma em crianças e adolescentes, compreendemos que a dimensão e as repercussões dessa experiência são mais intensas, moldando profundamente a construção do ser desses indivíduos.

É crucial reconhecer a complexidade do trauma e a necessidade de abordagens cuidadosas e profissionais para enfrentar suas marcas profundas. Em nosso espaço, buscamos proporcionar um ambiente de compreensão e apoio, guiando aqueles que buscam superar os efeitos debilitantes do trauma em direção à cura e resiliência.




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