A difícil arte de amar e se permitir ser amada
A busca de encontrar um grande e verdadeiro amor faz parte da busca da felicidade, mas tem se mostrado a tarefa mais difícil para a maioria das pessoas, ouço com frequência no consultório a queixa de que a vida profissional vai bem, a social também, mas a dificuldade e a angústia esta em como se relacionar romanticamente com a outra pessoa. E, daí decorre muitas crenças equivocadas sobre si mesmo e sobre as pessoas, crenças como: todo homem trai, as mulheres só se interessam por homens que tem dinheiro, ninguém quer nada sério.
As crenças só favorecem para manter a situação de solidão, não colaboram para superar as dificuldades. Sim, é verdade o amor romântico é um aspecto que exige mais cuidados, porque não depende apenas do seu querer, mas do querer do outro. E, para complexificar ainda mais, tendemos a repetir padrões de relacionamento aprendidos nas nossas primeiras relações de amor, ou seja, a dinâmica da relação com mãe e pai, nossos padrões de relação familiar.
Muitos dizem: “Isso não acontece comigo, não quero uma mulher como minha mãe”. No entanto, não se trata apenas de aparência física, mas de padrões de formas de estabelecer vínculos, a forma de lidar com conflitos, com ansiedade, com a ausência da pessoa amada, com a confiança. As nossas conexões neológicas são criadas e reforçadas pela repetição das experiências e quando chegamos a vida adulta esses padrões estão bem demarcados. Nesse sentido que a psicoterapia se torna necessária e funcional, auxiliar o paciente a identificar os seus padrões e auxiliar por meios de métodos que compreendam o funcionamento neuroemocional a modificar esses padrões, metaforicamente diria que é assumir a direção das suas emoções, pois muitas vezes está como um carro desgovernado e pode nos levar a lugares que não são seguros.
Observe com cuidado seus relacionamentos, identifique o que se repete, busque perceber como agiu com relação ao outro e com relação a si, perceba que emoções são mais presentes, com certeza você começará a perceber repetições e aos pouco se for se aprofundando perceberá que as raízes estão lá na sua infância, mas lembre-se da neuroplasticidade do seu cérebro, na medida que temos consciência, podemos fazer escolhas de nos mantermos nesse caminho, presos em nossas limitações e crenças, ou construir um novo caminho no qual seremos mais autônomos e consequentemente mais responsáveis.